O Airbus A380, desenvolvido e construído pela Airbus S.A.S. (EADS Systems), é o maior avião comercial de passageiros da história. O avião, chamado frequentemente de Super jumbo, fez seu primeiro voo experimental em 27 de abril de 2005 em Toulouse, França.
O A380 demorou mais de dez anos e custou cerca de 35,1 bilhões de reais para ser desenvolvido. Embora a montagem se concentra em Toulouse, a operação de logística envolve mais de mil empresas e mais de cem países.
Algumas peças chegam ao aeroporto de Toulouse em outro gigante da Airbus, o Beluga, enquanto outras veem de navio e algumas por serem tão grande acabam paralisando algumas cidades no caminho entre o porto e o aeroporto. Confira abaixo, desde a fabricação das peças, transportes e montagem do A 380:
Transporte:
A produção do A380 começa com a fabricação de partes da aeronave em diferentes plantas da Airbus espalhadas pela Europa. Segundo a empresa, o avião possui peças vindas de países em todos os continentes, inclusive do Brasil, contudo, as peças maiores são feitas em continente europeu. A imagem abaixo a fábrica de Filton, na Inglaterra.
Em Filton são feitas as asas do A380. A superfície das duas asas do modelo medem 850 metros quadrados.
Uma das particularidades do A380 é que os equipamentos de ar condicionado ficam nas asas e não na parte de baixo da aeronave. Isso permite que a “barriga” do avião seja reta, o que segundo a Airbus confere aerodinâmica mais eficiente em relação aos concorrentes.
Já em Nantes, na foto abaixo, na França, é fabricada a parte central da fuselagem, além do bico do avião. As demais grandes peças vêm da Alemanha (parte frontal e traseira da fuselagem) e Espanha (estabilizadores). Já os motores são escolhidos pelo cliente diretamente com a fabricante de turbinas (há duas opções para o A380: Rolls Royce ou Engine Alliance). A Airbus apenas as instala.
Prontas, as partes do A380 são levadas para Toulouse, no sul da França, e onde é montado o maior avião de passageiros do mundo. Esse transporte das grandes partes é feito por navio ou por aviões cargueiros. O Beluga (foto) é um avião da Airbus usado somente para transporte de peças.
Há cinco Belugas em operação atualmente e eles são utilizados para trazer o estabilizador do A380 até Toulouse.
Já outras partes da fuselagem são trazidas por navio. Elas vão de navio pelo oceano e depois, em Bordeaux, são transferidas para balsas. Mesmo Toulouse sendo passagem do Canal do Midi (ligação artificial criada para conectar o Atlântico com o mar Mediterrâneo), equipamentos desse tamanho não conseguem chegar até a cidade.
Eles então são desembarcados há cerca de 200 km de Toulouse e colocadas em carretas com até 20 eixos. Esses carregamentos costumam a chegar duas vezes por mês.
Montagem (Toulouse):
Já em Toulouse, as partes são desembarcadas em uma planta dedicada somente à montagem do A380. Segundo a Airbus, o galpão de 450 metros de comprimento por 250 metros de diâmetro é o maior da Europa sem colunas.
A primeira tarefa dos funcionários em Toulouse é literalmente desembalar o A380, ainda todo desmontado. As partes chegam apenas com as estruturas feitas. Todos os cabos, sistemas e acabamentos estão por fazer.Sem a pintura, todas as partes em verde são em alumínio. Já as partes brancas são feitas de fibra de carbono. Segundo a Airbus, 25% do A380 é feito de materiais não metálicos.
Desembaladas, as peças são encaixadas em uma máquina onde serão conectadas. Só para colocar todas as peças no equipamento demora 1 semana. Na máquina são instalados os sistemas elétricos, hidráulicos, cockpits, motores e são testadas as partes que se movem (como flaps das asas, por exemplo). Cerca de 1,5 mil pessoas trabalham na montagem do A380 em Toulouse. Só nesta estação são 3 semanas de trabalho.
Os tanques de combustível do A380 estão localizados 80% nas asas e 20% nos estabilizadores.
Neste galpão é possível trabalhar em três A380 ao mesmo tempo. Mais partes elétricas são instaladas.
As turbinas do A380, que chegaram do fornecedor escolhido pelo cliente, são então instaladas nas asas. São duas turbinas de cada lado do avião.
A maior parte dos 1,5 mil envolvidos na fabricação do A380 trabalha dentro da aeronave. O ambiente na fábrica é de silêncio e, de fora, poucos são vistos.
Ao final de mais uma parte do processo, o A380 vai então para o pátio da Airbus, anexo ao aeroporto internacional de Toulouse. Fora dos galpões são feitos testes de pressurização, controle de combustível e teste de motores. Embora feito na cidade de Hamburgo (Alemanha), em outra sede da Airbus, o acabamento interno do A380 é escolhido em Toulouse.
Em outro prédio no complexo da empresa (que na verdade fica em uma cidade vizinha, Blagnac, onde os prédios da fabricante dominam o visual e os funcionários movimentam a economia) há réplicas em tamanho real não só do A380, mas de todas as aeronaves da Airbus, em que são mostrados aos clientes com vários tipos de interior.
Na fase de testes, a Airbus realiza voos de aproximadamente 1 hora ao redor de Toulouse. Ao final dos testes e montagem, o avião segue para Hamburgo. Em Hamburgo, além do A380, são fabricados os modelos A318, A319 e A321.
É na fábrica alemã da Airbus que é montado o interior do avião. Até hoje, o A380 com a maior capacidade de passageiros fabricado foi para a Air France, que pode levar cerca de 530 passageiros. Contudo, está em fase de montagem uma versão para a Air Austral que terá apenas assentos de classe econômica e poderá levar 800 pessoas a bordo. Os assentos de 1ª classe ficam localizados no segundo andar da aeronave.
A única parte do A380 que não é pintada em Hamburgo é o estabilizador vertical. Ele já vai pintado com as cores do cliente para Toulouse, para que os representantes das companhias aéreas que visitam a fábrica francesa possam ver mais fácil em que processo de fabricação está sua unidade. Prontas, as aeronaves seguem para as sedes das companhias aéreas. Enfim, prontos!
Curiosidades:
A Airbus tem o pedido de um A380 para uma pessoa física. O futuro dono que transformará o maior avião de passageiros do mundo em um jato particular não foi divulgado. O A380 tem autonomia de voo para percorrer 15,4 mil km (poderia ir de São Paulo a Sidney sem escalas).
Com tanto espaço para configurar a aeronave, as companhias aéreas costumam a pedir layouts inusitados. Korean Air e Emirates, por exemplo, instalaram bares e um lounge em seus A380. Os coreanos foram além e mandaram construir uma loja de free shop na parte de trás do avião.
Algumas cabines de 1ª classe são equipadas com chuveiro. O tempo para a ducha, porém, é limitado: 5 minutos debaixo d’água para cada passageiro que comprar a passagem que dá direito ao luxo.
Até final de 2012, sete companhias operavam o A380: Singapore (a primeira a receber o avião), Emirates, Qantas, Air France, Lufthansa, Korean Air e China Southern. A Airbus tem pronto o projeto para a versão cargueiro do A380, mas o avião ainda não saiu do papel.
Durante a decolagem, as asas do A380, flexíveis, podem se descolar até 4 metros do ponto que ficam quando o avião está parado.
A aeronave tem 72,72 metros de comprimento, 79,75 metros de envergadura, 24,09 metros de altura.
O maior avião de passageiros do mundo atinge a velocidade de 0,89 Mach.
O preço de tabela do A380 é de US$ 389,9 milhões (cerca de R$ 800 milhões).
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